sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

UMA FAMÍLIA DE OURIÇOS

Num verão, uma família de ouriços foi viver no bosque. O sítio era ideal e os ouriços divertiam-se imensamente. Brincavam às escondidas, caçava moscas e outros insetos para se alimentarem. De noite deitavam-se na relva.
Chegou o Outono. Corriam atrás das folhas que iam caindo cada vez em maior número… e como as noites já eram frias, dormiam debaixo das folhas secas.
Mas cada vez fazia mais frio. Começou a cair a geada. Os ouriços tremiam de frio e, durante a noite, nem conseguiam pregar olho. Por isso, uma noite, decidiram apertar-se uns contra os outros para se aquecerem mutuamente. Mas fugiu imediatamente um para cada canto, tantas foram às picadas no nariz e nas patas. Timidamente, voltaram a aproximar-se pouco a pouco, mas picaram-se de novo.
Era preciso encontrar um modo de estar juntos: os pássaros também se ajuntam para dar calor uns aos outros, e o mesmo os coelhos, os ratos e todos os animais.
E foi assim que, suavemente, pouco a pouco, uma noite após outras, para poderem dar-se calor sem se picar, se foram aproximando um a um. Encolheram os seus espinhos e com mil cuidados chegaram a juntar-se no lugar exato. Vento frio soprava forte. Mas eles não se incomodavam. Agora podiam dormir quentinhos e todos juntos.
Comentário:
Espinhos que incomodam, picam, ferem, criam mal-estar e afastam. São estes os “espinhos” que contaminam e destroem a família. Damos nomes: os “espinhos” das palavras azedas no fim de um dia cansativo; o “espinhos” da incapacidade de pedir desculpa: os “espinhos” de um orgulho doentio que nos impede de perdoar: o “espinhos” da monotonia rotineira; os “espinhos” da falta de colaboração de todos para o bem-estar de cada um…
A lista podia continuar. Mas nos sabemos que de nada adianta apontar os “espinhos”, se não estivermos decididos a lutar contra eles, encolhendo os “espinhos”, a fim de que haja harmonia e bem-estar. Na família queremos viver juntos, mas não com doenças. Cada membro da família deve encolher tudo o que nele é espinhoso e pica, aproximando-se dos outros com cortesia e amabilidade.

Nenhum comentário: